19 de setembro de 2008

O troco






O transito estava complicado, talvez por ser sexta feira e ainda para mais hora de ponta, o relógio do meu carro marcava 8h15m.
Depois de começar ao trabalho bem cedo e já com alguns serviços efectuados, eis que me entra no carro uma rapariga bem vestida, cheirosa e sobretudo bonita, leve-me à zona industrial à DET (Desenvolvimento Empresarial Tecnológico) coloquei o carro a trabalhar iniciei a marcha mas não consegui evitar uma olhadela pelo espelho retrovisor, era de facto bonita, foi-me difícil desviar o olhar e concentrar-me na estrada.
Hoje ainda chove minha senhora, disse-lhe, não foi muito original mas foi uma tentativa honesta de a pôr a falar comigo.
É capaz, da maneira que está o céu ainda hoje caiem alguns pingos, respondeu-me, mais uma frase original e... toca a porcaria do telemóvel.
Do outro lado pelo que percebi era alguém que estava num patamar superior ao seu, talvez o "manda chuva", não o que hoje iria fazer chover mas o patrão, trocaram alguns comentários falaram de negócios, de dinheiros, de vendas.
A DET estava ali mesmo á frente e a minha hipótese de lhe arrancar mais algumas palavras acabava ali, parei o carro desliguei o taxímetro e fazendo um movimento ligeiro olhei para trás para a admirar mais uma vez e disse-lhe, são 4.70€ , rebuscando na sua carteira, apanhou uma nota de 5€, olhe fica assim e passe-me uma factura de 15€.
Não sei se demorei muito se pouco tempo a reagir, não consegui dizer quase nada porque estava mesmo parvo com a situação, a senhora bem vestida, cheirosa e bonita afinal não passava de mais uma pessoa comum, queria ganhar o dia á conta do taxista que tinha ficado de beiço pendurado com tamanha beleza.
Quinze euros? a senhora não acha que isso é demais? Não se preocupe, que eles pagam.
E eu lá estava preocupado se "eles" pagavam, eu estava era a sentir-me usado, abusado e sei lá mais o quê, ela iria ganhar mais numa simples factura do que eu a fazer o meu serviço.
Os seus colegas não têm problema nenhum em me passar a factura, pois..., eu também não tinha, bastava escrever 15 em vez de 5, mas queira desculpar que eu não o vou fazer, acho que é uma quantia muito elevado para o tipo de serviço que acabei de fazer.
Então despache-se lá a passar-me a factura que tenho mais que fazer.

Sinceramente que me apeteceu rir, até aqui falava que nem uma princesa, agora tinha acabado de mostrar o que realmente era, não ri mas apressei-me a passar a factura dos 5 euros e sem dizer mais nada dei-lha a factura e virei-me para a frente.

Então o troco?
O troco? qual troco?
Não eram quatro euros e setenta?


O que se diz a uma pessoa numa altura destas? eu não ficava mais rico por ela me dar os 30 cêntimos de gorjeta, ela não ficava mais pobre por mos ter dado, mas bastou não lhe fazer a vontade para ser o pior taxista ao cimo da terra.

Esta vida não é fácil.

6 comentários:

Paulo disse...

É, as aparências enganam!...

Magnífico post!

Um abraço!

Anónimo disse...

ehehehe...

A testosterona baixou num ápice!

Abraço

Octavio "Fogareiro" Serrao disse...

Epá amigo... este post é fantástico ( sincero, frontal e verdadeiro ), como eu te compreendo. Ser "fogareiro é obra".

Anónimo disse...

Que é como quem diz: quem olha pelo retrovisor, nem sempre vê corações.
Era uma óptima oportunidade para lhe sacar a facturinha da mão e passar-lhe outra de 4.70€.

Anónimo disse...

lá está o "Camilo" a ver secso em tudo. lol

VV (verdadeiro vareiro)

Anónimo disse...

Se o quadro era assim tão bonito, acho que 0,30 euros para o apreciar não foi assim tão caro. hihihi

VV (Verdadeiro Vareiro)