8 de janeiro de 2007

A ver o comboio passar

Hoje, foi só para rir.
A porta de trás abriu-se, uma verdadeira princesa como diria o gajo das galinhas, aquele lá de Barrancos…
Que bela mulher, num segundo deu para perceber que tinha um corpo voluptuoso daqueles que dá vontade de começar a salivar, uns olhos azuis turquesa lindos numa cara igualmente bonita, a pele lisa e sem qualquer ruga fazia lembrar a cara de um bebé, suave e macia.
Bons dias da parte de lá, e bons dias da parte de cá, nesta troca de boas vindas e ao olhar com mais atenção, reparei que o tal segundo de avaliação tinha-se tornado fatal, a pele lisa não era mais que uma forte camada de reboco, não conheço nenhum pedreiro que conseguisse utilizar a talocha com tanta exactidão.
Para a estação, sabe se ainda consigo apanhar o comboio?
Olhei para o relógio, marcava 9h33 m, aquela hora, há comboios de 10 em 10 minutos.
Com uma mulher interessante dentro do carro, há sempre motivo de conversa, quando não há inventa-se… dei um sorriso e descontraidamente disse-lhe:
Olhe os das 9 já passou mas se me disser para onde quer ir, talvez ainda consiga telefonar ao maquinista.
Cum catano…
Estalou o verniz e o reboco.
Se quiser responder, faça favor, se não sabe então cale-se, e faça só o seu trabalho.
É nestas alturas que devia haver uma autorização para bater a gente parva.
Minha senhora, como é que lhe podia dar essa informação se nem sequer me disse para onde queria ir?
Claro que lhe disse, perguntei-lhe se ainda conseguíamos apanhar o comboio para Lisboa.
Como entretanto estávamos a chegar á estação e ainda o dia estava no inicio, cedo, para me estar a chatear, preferi não lhe dar mais conversa, ela pagava-me eu ia á minha vida e adeus até outro dia.
Assim que chegámos á estação, conseguiu ver que na linha que corresponde a Lisboa estava um comboio em marcha, para meu azar a ir-se embora.
Se o senhor tivesse feito o seu trabalho como deve ser e não tivesse armado em esperto, eu tinha conseguido apanhar o comboio.
Saiu do carro, não pagou e ainda me bateu com aporta com uma força que ainda agora tenho os ouvidos a zunir.

Todo este teatro foi para não pagar o táxi, disto e pior acontece com frequência, qualquer um pode interrogar-se porque não fui eu atrás da senhora, não fui porque qualquer pessoa que me visse a discutir com ela não me daria razão, e o único comentário que fariam era:
Taxistas…

Um dia destes seremos respeitados.

3 comentários:

Unknown disse...

Ficaste "guloso" a olhar para aquelas formas, para aqueles olhinhos azuis e mais para aquela carinha betumada e vê o que te aconteceu...
As mulheres são tramadas...
Helena (SempreLeoa)

Anónimo disse...

Há dias de manhã, que uma pessoa à tarde, não devia sair da cama à noite, mas ainda acho que devias ter tratado da cobrança, embora não tenha a certeza se teria de ser a discutir.
De qualquer modo, quando a razão nos assiste, não há razão para nos preocuparmos com a assistência.

Elso Lago disse...

O taxi não é considerado local privado? Se sim, podias ao menos ter-lhe dado uma galheta como a que levou o Zé na Salgueirinha!