15 de outubro de 2008

Fanfarrão

Começou a Feira Nacional de Gastronomia, Santarém nesta altura fica toda engalanada pois é um certame que traz gentes de todo lado, vem gente boa, gente má e sobretudo alguns fanfarrões.
Santarém nesta altura é visitada por muita gente, uns vêem de carro outros deslocam-se em autocarros e alguns de comboio.
11.40 praça da estação, estávamos 3 ou 4 colegas a conversar e fomos "acordados" por alguém que ao sair da estação falava tão alto que pensávamos ser alguma discussão, afinal não era nada de mais, apenas um grupo de 6 pessoas e onde alguém se fazia destacar pela sua boa disposição.
Aproximaram-se dos carros e eles próprios se dividiram por dois carros, no meu carro entraram 4 barrigas exemplares, de cara redonda e de faces vermelhas lá se compuseram como puderam, aperta daqui aperta dali e todos se conseguiram sentar.
Dentro de um grupo de amigos há sempre alguém que se destaca qual bobo da corte, o tal que nos tinha "acordado" da conversa tinha que me ter calhado, de voz grossa e alta lá ia dizendo algumas baboseiras e os restantes riam AHAHAHAHAH, pareciam estar a cumprir ordens, ele falava e eles riam.
O fanfarrão, o tal bobo da corte, sentou-se ao meu lado disse-me para onde queriam ir e com ar de quem sabe tudo, virou-se para mim e com riso de sacana perguntou,

Ó patrão estamos na terra dos bois e dos toureiros, você é o quê?

Os marretas lá atrás como que ensinados a rir em sintonia, deram uma gargalhada sonora e quase que mal conseguiam respirar de tanto rir, afinal o fanfarrão estava a lixar o taxista.
Esta frase é um chavão que é conhecido, e que dito numa certa circunstancia ninguém a leva a mal, noutras alturas e dito por alguém que não tem o minimo de confiança é uma frase ofensiva.
Ainda os outros não se tinham recomposto de tanto rir e lá vinha outra vez a mesma conversa.
Podia ter entrado na brincadeira dele e dar-lhe uma resposta suave sem ter que o envergonhar, mas este fanfarrão vinha á minha terra, viajar no meu carro e gozar com a minha cara? não, decididamente que não tenho estofo para isso, ele merecia ser tratado de igual modo.

Diga lá homem, você é o quê?
Olhe nem sou uma coisa nem outra, corto os cornos dos curiosos.

Silencio absoluto, nem os marretas se riram, até chegarem ao destino o xico esperto não abriu mais a boca, pagaram, sairam e foram com a cabeça mais leve.

2 comentários:

Octavio "Fogareiro" Serrao disse...

Grande post, meu caro... e sobretudo, grande "reposta".

Anónimo disse...

ehehe...

Vou anotar essa resposta, ainda me pode ser útil um destes dias.

Abraço.

XôZé