26 de março de 2008

Guadalupe

8.25, chamada ao hotel Santarém, dentro do hall sai uma senhora já com alguma idade, 60 anos talvez, bem vestida e muito melhor pintada, olá, disse numa voz firme e com sotaque, e viva el España pensei, nem me vou atrever a escrever o portunhol que utilizei que me percebeu sempre disso não tenho duvidas.
Sem fazer nenhuma intenção de falar português, perguntou-me quanto lhe levava de fazer uma viagem pela cidade.
Igreja de Marvila, Igreja da Graça, Igreja do Milagre, Portas do Sol, 3 horas passadas e uma etapa concluída. Acompanhei a senhora, de seu nome Guadalupe pelos jardins das Portas de Sol, lá fiz o papel de pessoa interessada e conhecedora da história de Portugal e mais concretamente da história de Santarém, expliquei o melhor que sabia e seguiu-me sempre bastante atenta, não fez muitas perguntas o que jogou a meu favor.
Já perto do meio dia, perguntou-me se a levava a comer e de preferência a um restaurante típico, prontifiquei-me a levar a nuestra hermana á melhor tasca de Santarém, a taberna do Quinzena foi a escolhida... já de fronte á "tasca" disse-me para a acompanhar no almoço, acedi agradecendo o convite, magusto com peixe frito foi o nosso almoço, não sei se realmente gostou mas pelo menos foi educada, comeu e no fim disse que tinha gostado.
Novamente dentro do carro perguntei se a levava de volta ao hotel, que no, estava um bonito dia e não se ia quedar pelo hotel, queria continuar a visita por Santarém e sem nenhuma pressa.
Mais uns monumentos, mais umas quantas igrejas mais umas quantas conversas pessoais e a viagem estava a chegar ao fim, não havia muito mais para mostrar nem para dizer.
Pagou-me agradeceu o excelente dia que tinha passado, e que quem sabe se não me chamaria de novo, desta vez para lhe mostrar outra cidade.
Poderia ter sido apenas mais um cliente no fim de mais um dia de trabalho, mas pela sua simplicidade, elegância e pelo excelente dia que também a mim me proporcionou, mostrando que não há barreiras entre um simples motorista de táxi e um cliente merece que a tenha lembrado neste espaço.
Guadalupe uma verdadeira senhora, Espanhola.

2 comentários:

Bolha disse...

Bela história, sem duvida, e com um pouco de imaginação teria pano para mangas, mas a realidade cru e nua fica sempre bem.
Continua que eu estou a gostar de ler.

Anónimo disse...

e eu aqui a pensar que ias dizer que no fim a gaja não tinha dinheiro para pagar, mas .......... pagou !
Assim a historia é menos engraçada !
Quanto à tasca, pelo que eu oiço dizer, deve ser a única de Santarém, ou então tens là uma cota parte!